quinta-feira, 31 de outubro de 2013

[Opinião] "Mães e Filhas com História", de Fátima Lopes

Sinopse: O amor entre uma mãe e uma filha pode ser vivido e sentido de diferentes formas. Pode ser um amor incondicional. Um amor abnegado. Um amor cúmplice, baseado na mais profunda amizade. Um amor temeroso ou respeitador. Castrador ou potenciador. Foi na procura destas diferentes formas de amor que Fátima Lopes enveredou pela História, para descobrir estas Mães e Filhas.
Beatriz será um peão nas mãos da sua mãe Leonor Teles cuja principal lição que deixou à filha foi que se deve conquistar o poder, sem olhar a meios. Filipa de Lencastre, mãe da Ínclita Geração, fez questão de educar os filhos na fé e em valores fortes. Isabel sua filha irá honrar a sua memória ao se tornar na distinta Duquesa de Borgonha. Catarina de Áustria é Rainha de Portugal, mulher de poder, austera, que nunca esqueceu os terríveis anos de cativeiro vividos ao lado da sua mãe, Joana a Louca, no Mosteiro de Tordesilhas.
Para Catarina de Médicis, a sua filha Margarida era o seu maior flagelo, não hesitando em mandar prendê-la. Catarina de Bragança foi Rainha de Inglaterra, mas sempre viveu na sombra da sua poderosa e exigente mãe, Luísa de Gusmão. D. Mariana Raimunda e a Marquesa de Távora partilhavam uma fé profunda, mas nem esta as livrou, a elas e aos seus, do terrível destino que tiveram. Já Maria Antonieta confessava em surdina o medo que sentia da sua mãe, a imperatriz Maria Teresa. D. Maria II assistiu ao sofrimento da sua adorada mãe, maltratada pelo marido e jurou a si própria não seguir o seu exemplo. Seria uma mulher independente e teria um casamento feliz, baseado no respeito. Sissi, Imperatriz da Áustria e da Hungria, viu os seus filhos serem afastados de si por uma sogra controladora. Apenas a última filha, Maria Valéria, viveu a seu lado e tornou-se na sua verdadeira obsessão. A história da czarina Alexandra e da sua filha Anastasia é marcada pela tragédia.
Depois dos seus anteriores bestsellers, a autora e apresentadora de televisão Fátima Lopes regressa à escrita de forma surpreendente. Uma visita à História para ficarmos a conhecer cada uma destas mulheres, no seu papel menos conhecido e explorado, o de mães e filhas. Um relato emotivo e intimista de uma autora que reconhece, sem dúvidas, que o seu maior papel nesta vida é ser mãe.




Opinião:
Este é o primeiro livro que leio da apresentadora e escritora Fátima Lopes. E gostei muito desta estreia.

O tema do livro chamou-me logo à atenção: as relações entre mãe e filha nunca são abordadas de forma aprofundada nos romances históricos. O livro aborda a história de dez mães e dez filhas ao longo dos séculos que marcaram a sua época.

A história que me marcou mais foi a de Alexandra Romanov e Anastacia Romanov. É, na minha opinião, a história mais intensa e injusta que li. Como é possível uma família inteira ser chacinada sem um pingo de remorso? Ser chacinada por, simplesmente, serem os governantes de um país há beira da ruptura? Depois de ler esta história passei quase duas horas à procura de mais informações sobre esta família e, no fim, parecia que a tragédia tinha acontecido comigo.

A escrita de Fátima Lopes é agradável e simples. Sem floreados nem pretensionismo. Fiquei fã dela e, com toda a certeza, acompanharei os seus próximos livros.

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