quinta-feira, 15 de agosto de 2013

[Opinião] "Acqua Toffana", de Patrícia Melo

Sinopse: Uma mulher suspeita que o marido a trai e procura a polícia, convencida de que ele é também o brutal assassino de mulheres que habita as manchetes dos jornais.
O funcionário de um cartório, pai de família aparentemente exemplar, vê a sua vida transformar-se diante do ódio incontrolável que o faz aproximar-se de uma vizinha para planear minuciosamente a sua morte.
Ciúme e ódio, testemunha e perpetrador, em duas narrativas paralelas – que se cruzam de forma inesperada – e em que o sexo surge como o poderoso elo entre o assassino e a vítima.







Opinião:
Patrícia Melo nasceu em 1962 e é romancista, dramaturga e argumentista. Publicou Acqua Toffana em 1994 e os seus livros estão traduzidos em mais de 10 línguas.
Acqua Toffana não é um livro qualquer. Não pode ser considerado um policial, nem pode ser considerado um triller.

Gostei da relação entre o título do livro e o seu papel na história. Acqua Toffana é um veneno renascentista que, se colocarmos uma gota numa bebida durante dois anos é mortal. 
Neste livro vemos o desenrolar de duas histórias que parecem não se relacionar, mas que no final se entreligam.
Na primeira história conhecemos uma rapariga de 22 anos (é a única coisa que sabemos sobre ela) que tem a certeza que o seu marido é um serial-killer que anda a assombrar o seu bairro. Mais de metade desta história é escrita como uma confissão, tendo vários momentos em que a rapariga nos leva até às suas memórias. De forma um pouco abrupta termina esta história e começa a segunda.
Na segund a história acompanhamos o dia-a-dia de um homem que trabalha no cartório, é casado e tem dois filhos. Uma família normal. Até ao dia em que a sua vizinha Célia (sem se dar conta disso) desperta nele outra faceta. Uma faceta negra. Ao longo das páginas vamos vendo a sua mudança de homem pacato a assassino e os seus planos para matar a sua vizinha de forma não ser apanhado. Podemos dizer que ele se tornou obececado pela sua morte, pensando todos os minutos nisso ao ponto de perder o emprego e ficar depressivo quando ela viagem.
Tenho de dizer que, o facto deste livro ter frases curtas e capítulos também curtos ajudam à leitura do livro porque, se fosse de outra forma iria demorar vários dias a lê-lo. A linguagem usada é um pouco estranha e por vezes tive de voltar atrás para tentar perceber o que tinha lido. Com este aspecto é possível perceber que os protagonistas viviam num estado de loucura, onde num parágrafo temos uma fala e um pensamento da personagem sem estar devidamente assinalado.
Não recomendo este livro a toda gente. Mas é um livro interessante e foi uma boa surpresa.

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