terça-feira, 13 de agosto de 2013

[Opinião] "O Livro do Anjo", de Alfredo Colitto

Sinopse: 1313. A cidade de Veneza fervilha com os preparativos para a festa da Ascensão até que a maré alta traz à porta da Basílica de São Marcos os cadáveres de três crianças cristãs que haviam sido crucificadas. Um crime tão hediondo tem de ser expiado sem demoras. Eleazar de Worms, judeu, é acusado do homicídio e acaba por morrer na prisão. Na cela onde foi encarcerado, Eleazar deixa escrita uma misteriosa frase em latim. Porque a terá escrito com o seu próprio sangue? Qual o seu significado?
Afinal, a macabra descoberta pode ter ligação com o Sefer-ha-Razim, o Livro dos Mistérios que, segundo a lenda, foi ditado pelo anjo Raziel a Noé que, por sua vez, o terá transcrito numa pequena «tábua» de safira. Mondino de Liuzzi, médico anatomista, parte para Veneza na tentativa de ilibar o judeu. Quando este morre, Liuzzi decide continuar a investigar. O médico rapidamente percebe que terá de lutar contra os mais poderosos da cidade ao mesmo tempo que se encontra frente a frente com a mulher que ama e com aquela que amou no passado — e talvez ainda ame. Sendo ele próprio perseguido, conta com a ajuda do seu amigo Gerardo para chegar à verdade. O jovem, outrora membro da Ordem dos Templários, tem também uma missão: pôr a salvo o precioso mapa de Lamberto de Saint-Omer, que indica o caminho para as Terras Austrais, para lá do oceano. Mondino, desafiando o poder de Veneza e arriscando a própria vida, terá de descobrir o enigma de uma antiga linhagem de guardiães que remonta aos tempos do dilúvio, numa história de intriga, mistérios e morte.

Opinião:
Alfredo Colitto é um escritor de trillers históricos italino que tem os seus livros publicados em mais de quinze países.
"O Livro do Anjo" une romance, paixão, drama, crimes e religião. Estes cinco elementos transformaram este livro num dos melhores que li até hoje (não é por acaso que este livro recebeu o prémio de melhor romance policial de 2011 em Itália).
Depois de o corpo de três crianças crucificadas ter aparecido a boiar num canal em Veneza, Mondino (médico de Bolonha) recebe uma carta de Adia, em que a mesma lhe pede ajuda para salvar o judeu Eleazar que iria ser enforcado por ser o principal suspeito desse crime hediondo. 
Depois de receber a carta Mondino parte para Veneza e envereda pelos segredos da cidade e ele próprio é feito "prisioneiro" na casa de um membro dos Dez pela simples razão de defender Eleazar. Mas nem tudo é o que parece e Mondino descobre que Eleazar é uma figura muito importante e, depois de ele morrer, juntamente com Adia, Gerardo e Pietro tenta descobrir os segredos por trás do assassinato cruel das crianças e do "livro" que Eleazar jurou proteger.
Alfredo Colitto tem uma escrita muito apelativa que me fez pegar no livro e só o largar quando era mesmo necessário. Adorei este livro e, de certeza, que vou ficar atenta aos próximos títulos que serão publicados em Portugal.
Uma coisa que gostei muito neste livro foi a abordagem dos templários. São poucos os livros históricos que falam sobre esta ordem e foi com muito gosto que aprendi mais sobre as suas regras e dos seus problemas depois da Ordem ter sido "encerrada". Também gostei muito de Portugal ter sido descrito como um país que apoiava os templários, mesmo indo contra as ordens do Papa.

As descrições da cidade de Veneza estão perfeitas e, por vezes, senti que também estava lá com Mondino a sentir o que ele sentia e a percorrer aquela cidade maravilhosa.

Recomendo este livro a todos os leitores que gostem de romances e trillers históricos. 

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